Éverton Costa deve continuar no futebol após aposentadoria precoce

No que depender de seu agente, Éverton Costa já tem uma nova profissão. O jogador, que não poderá mais atuar por conta de um problema no coração, terá a oportunidade de trabalhar como olheiro no escritório do empresário Jorge Machado, que descobriu o atleta há mais de dez anos quando este ainda fazia parte da categoria infantil do Grêmio, clube pelo qual se profissionalizou.

“O Éverton está comigo há mais de dez anos. Desde o infantil do Grêmio. É um ótimo garoto, vai trabalhar comigo. Vamos ver se ele é um bom olheiro”, brincou Jorge Machado, que na última quarta-feira fez a dura revelação de que seu atleta não poderia mais jogar futebol.

“Faz uns dez dias que a gente teve o diagnóstico, mas ninguém quer divulgar uma coisa dessas. Aí parece que um diretor do Coritiba acabou comentando”, diz o empresário, que exaltou o profissionalismo tanto do Coritiba como do Vasco para com o problema de Éverton.

“Existe o maior carinho com o Coritiba, com o Vasco. Ele tem um seguro que garante mais um ano de contrato com o Vasco. E o contrato dele com o Coritiba vai até o final do ano. Depois disso ele vira um jogador aposentado”, esclareceu Jorge Machado em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

O agora ex-atacante sofreu uma arritmia cardíaca no dia 16 de abril do ano passado, quando defendia o Vasco em jogo pela Copa do Brasil. Após o fim de seu contrato de empréstimo, ele havia retornado ao Coritiba, aonde vinha tentando o retorno.

Entenda o caso de Everton Costa

No dia 16 de abril, na partida entre Vasco e Resende, pela Copa do Brasil, em São Januário, Everton Costa sentiu dores no peito no início do segundo tempo. Após pedir para ser substituído, ele sofreu um mal súbito no banco de reservas e teve que ser reanimado na ambulância do estádio.

Encaminhado ao hospital, o jogador passou por uma bateria de exames onde foi constatada uma miocardite (inflamação no músculo do coração), o que gerou uma arritmia cardíaca.

Após período de observação e uma nova ressonância magnética, foi diagnosticado que não houve uma grande evolução no quadro de recuperação e uma espécie de cicatriz ficou na região inflamada do coração do atleta.

Diante do fato, o cardiologista Gustavo Gouvea optou por um procedimento cirúrgico chamado de “desfibrilador implantado”, que consiste em colocar um dispositivo que dispara choques automaticamente caso a pessoa apresente um novo quadro de arritmia.

Após meses de recuperação, Everton Costa chegou a ser liberado para pequenos exercícios físicos no Vasco e no Coritiba, mas seu quadro não evoluiu o suficiente para que ele retornasse ao futebol profissional.

Uol