Em live, jogadores relembram conquista da Copa do Brasil em 2011
Fellipe Bastos, Ramon, Fernando Prass, Alecsandro e Diego Souza relembraram os bastidores da Copa do Brasil pelo Vasco.
O título da Copa do Brasil conquistado pelo Vasco completou nove anos na última segunda-feira, e a TV oficial do clube no Youtube fez uma live especial nesta terça. O volante Fellipe Bastos, remanescente daquele triunfo, foi o “apresentador”. O lateral-esquerdo Ramon, também campeão em 2011, foi o outro integrante do atual elenco a participar. Fernando Prass, Alecsandro e Diego Souza, hoje defendendo Ceará, CSA e Grêmio, respectivamente, completaram o ilustre grupo que participou da transmissão.
Na primeira parte da live da Vasco TV, Fellipe Bastos brincou que a partida da estreia, em que ele marcou um gol e Ramon deu assistências, poderia ser exibida durante toda a live. Na sequência, foram comentando jogo a jogo, mas os melhores comentários vieram a partir da semifinal, contra o Avaí.
O goleiro Fernando Prass lembrou que William, centroavante adversário na ocasião, e o treinador Silas mostraram certa soberba após o empate por 1 a 1 em São Januário. Fellipe Bastos aproveitou e destacou a preleção do técnico Ricardo Gomes, reforçando a soberba apresentada pelo outro lado.
– Ricardo deu panfletos para nós com dados de viagem, hospedagem e alimentação para a final, já que a diretoria do Avaí já estava vendendo para a final acreditando na classificação. E falou: “Vamos para o jogo”. Não falou mais nada.
Depois de um empate sofrido no Rio (1 a 1) com gol de pênalti de Diego Souza no fim, o Vasco jogou muito em Florianópolis e avançou à final com vitória por 2 a 0.
– Eu achei até que era bom de bola naquele jogo. Saí daquele jogo falando, eu jogo pra caramba, véi. Sou muito bom de bola (risos). Dei o passe pro Diego virando a cara. Nesse dia eu não sei que chá que nós tomamos, a torcida do Avaí bateu palma pra gente. Foi um dos poucos jogos na minha carreira que um time em que eu estava moeu tanto um adversário – brincou Alecsandro.
Diego Souza, hoje no Grêmio, foi o último a entrar na live, e os ex-companheiros brincavam que ele estava esperando para entrar na live dos 10 anos do título. Um dos destaques daquela conquista, ele também deu ênfase aos jogos da semifinal com o Avaí e citou a pressão por bater pênalti sofrido por Elton aos 47 minutos do segundo tempo, principalmente porque Alecsandro, o cobrador oficial já tinha saído.
Confira o longo e engraçado depoimento abaixo:
“Cada jogo marcante, cada situação. Pegamos o Atlético-PR, e o Elton nos salvou em casa. Ali ressurgiu o nosso gostinho de título. Aí, na semifinal, veio o pênalti. O Bernardo veio falar comigo, e eu pensei: “Que moleque com personalidade, vai pedir para bater o pênalti”.
Foi nada, veio me falar para o Elton bater, e o Elton tava comemorando o pênalti sofrido na bandeirinha de escanteio. Falei para o Bernardo: “Sai daqui, moleque. Vai toma no …, vai se f…” O Felipe, que era o mais experiente, veio na minha direção, e perguntou: “Quer que eu bata?”. Disse que eu ia bater.
Um dia antes, no treino, o Prass pegou oito pênaltis meus. O Prass devia estar pouco cag… de eu bater. Meu irmão, soltei uma varada e fui feliz (risos).
Foi a nossa melhor atuação como equipe, bizarro. Jogamos um jogo seguro, sem sofrer. Eu dei três chapéus, só três. No último chapéu que dei, saiu o terceiro gol. Se tem VAR, era o 3 a 0″.
Diego seguiu seu depoimento elogiando aquele grupo do Vasco, também citou a soberba que enxergaram no time do Avaí e os momentos finais contra o Coritiba nas finais da Copa do Brasil. O Trem-Bala, comemoração característica daquele grupo e repetida nos duelos derradeiros, também foi lembrada.
– Foi um título merecido, fizemos por onde. Esse time, sem dúvidas, foi um dos melhores que joguei como equipe. Jogava igual dentro e fora de casa. Fizemos o Trem-Bala de verdade contra o Avaí. Quem puxava o Trem-Bala era o DS (fala sobre si), aí depois vinha Alecsandro e Eder. A gente estava mordido, porque foi um jogo tenso contra o Avaí por tudo que envolveram as declarações dos jogadores do Avaí. Com todo respeito aos jogadores do Avaí, mas tínhamos grandes jogadores, e o Vasco merece respeito porque essa camisa tem muito peso. Jogamos como Vasco e tivemos aquela vitória fantástica.
Confira outros tópicos e depoimentos por jogador:
Prass cita grupo exemplar
O que a gente tenta a relação a grupo é isso o que a gente teve no Vasco. A gente conseguiu ser campeão por causa do ambiente que tinha. Não tinha vaidade, cada um sentia prazer na felicidade do companheiro. Isso contagiou de um jeito.
Ramon lembra invasão vascaína em Curitiba
Para mim, quando acaba o jogo, a gente se joga no chão, mas vai imediatamente em direção da nossa torcida. Nossa torcida cantou sem parar. Quando fomos para aquela muretinha (entre campo e arquibancada), eles diziam: “Eu não tenho voz”. Isso me marcou muito.
Muita gente que conheço viajou sem ingresso só para estar em Curitiba. Viram em barzinhos, na cidade… Queriam estar lá, e isso me marcou muito. Viemos muito empolgados do jogo contra o Avaí, porque jogamos pra c…
Diego Souza lembra festa no Rio de Janeiro e sono na volta para casa
– Ficamos mais de 24 horas em pé. No fim, em São Januário, o Alecsandro que já estava todo ralado, se jogou na torcida e pediu para voltar comigo. Saí de São Januário, e eu dormia em cada sinal. Eu voltei com o Alecsandro porque não queria dirigir. Parava no pedágio da Linha Amarela, eu fechava o olho.
Alecsandro completa história de Diego
Nós pegamos um trânsito normal no Rio, nós dois moídos, e o Diego morto. Quando a gente está no último túnel da Barra, Diego parou e falou: “Alec, vamos dar um cochilo”. Acordamos com um barulho de buzina, e eu dei um soco nele, véi… Já pensou morrer na volta da festa? Ainda paramos para tomar um néctar (risos).
Ramon, recuperando-se de lesão que o afastou dos campos por muito tempo, cita inspiração em 2011 para voltar a brilhar
Eu precisava dessa live, estava até com vergonha. Foi bom participar porque eu me via naquele lugar. Parece que eu precisava rever isso, estar com vocês para que eu reflita e fale: “tem muita coisa para mim ainda hoje”. Sou muito grato ao clube. Tenho que agradecer demais à torcida, pelo perdão nessa minha segunda passagem. Sou muito feliz de estar naquela história. Daqui a 50 anos, vou falar “o vovô foi campeão aqui”. Bato no peito para dizer que estou na história do maior clube do Brasil, no clube da melhor história do Brasil.
Globo Esporte