Dono de 10% dos direitos de Marrony é sogro do agente do atacante

Os 10% dos direitos econômicos Marrony pertence ao corretor de imóveis Damião Vaz, que é sogro do agende do jogador.

A negociação entre Vasco e Atlético-MG sobre a venda de Marrony ainda não foi concluída, mas uma das partes envolvidas sequer parece interessada no seu desenrolar. Mesmo com o direito a 10% do montante, fruto de um contrato de cessão de crédito assinado em 2018, o corretor de imóveis Damião Vaz não demonstrou interesse no caso em um contato por telefone com o GloboEsporte.com.

– Nem quero saber disso – afirmou Damião, ao ser questionado sobre como se tornou dono do percentual sobre Marrony.

A situação se torna ainda mais curiosa diante da relação de parentesco com Marlei Feliciano, dono da Pantera Sport e conhecido no meio do futebol por alardear ser o dono dos 10% sobre Marrony. Damião é seu sogro.

Vice-presidente do Volta Redonda, Flavio Horta Júnior admitiu ter negociado com Marlei a cessão de crédito. Ele aparece em fotos nas redes sociais do agente, que fundou a Pantera Sport em 2017 ao lado de sua esposa, Viviane, filha de Damião.

– Quando decidimos fazer, procuramos alguns parceiros e após algumas conversas com o Marlei e o Damião as coisas andaram. A negociação foi conduzida com a transparência de sempre, os recursos entraram no clube, ajudaram a pagar salários e dívidas antigas – disse Flavio.

Na semana passada, uma minuta que chegou ao GloboEsporte.com, divulgada inicialmente pelo UOL, apresentou um valor de R$ 100 mil pela negociação. No entanto, ele foi realmente de R$ 200 mil. Segundo os valores apurados na negociação de Marrony, Damião teria direito a quase R$ 2 milhões, um lucro de quase 1000%.

– Eu recebi um telefonema do Flavio pedindo uma ajuda porque o Volta Redonda estava em uma situação ruim, perguntando se eu não queria pegar esses 10%. O Damião estava do lado e se interessou. Estava capitalizado na época e agora vai levar um bom dinheirinho. Ele não falou muito com você porque eu o orientei a não falar para não atrapalhar a negociação – disse Marlei.

A presença de uma pessoa física na negociação como terceira parte corre o risco de ser considerada pela Fifa e pela CBF como ilegal, segundo as regulamentações. Flavio se diz seguro sobre o caso e vem conversando com o advogado Marcos Motta, especialista em direito esportivo internacional, para a necessidade de uma defesa no futuro.

Globo Esporte

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