Divergências políticas podem frustar os planos de Campello no Vasco

O pedido de empréstimo feito pelo presidente Alexandre Campello pode não ser aprovado por conta das divergências políticas.

O Vasco terá uma sexta-feira importante para seu futuro financeiro. A partir das 20h, o Conselho Deliberativo se reunirá na sede do clube na Lagoa (RJ) e votará pela aprovação ou não de um empréstimo de R$ 38 milhões, tendo como garantia cotas da TV Globo e da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro). Por conta das divergências políticas, o aporte tem um considerável risco de não ser aprovado.

A atual diretoria, gerida por Alexandre Campello, alega que o clube iniciou o ano com um déficit de R$ 86 milhões e que a projeção é a de fechar 2018 com uma redução para R$ 46 milhões. Caso o empréstimo de R$ 38 milhões seja aceito, os cofres terão um alívio e os dirigentes alegam que os R$ 10 milhões restantes serão abatidos com cortes de custos e obtenção de novas receitas.

Ocorre que alguns grupos de oposição questionam a forma como o Vasco tem apresentado a necessidade da verba e alegam que há uma falta de transparência nos números. De acordo com uma breve pesquisa feita pelo UOL Esporte, a tendência é a de que os grupos “Sempre Vasco” (do ex-candidato Julio Brant), “Identidade Vasco” (que rompeu com a atual diretoria e abriu mão dos cargos) e “Casaca” votem contra a aprovação.

A curiosidade – caso os grupos mantenham suas opiniões iniciais e os votos se confirmem – é a de que o “Casaca” não acompanhará o voto de Eurico Miranda, como fez por diversas outras vezes ao longo dos anos. Isso porque o ex-presidente votará a favor do empréstimo e poderá ser um diferencial no pleito caso consiga angariar seus fieis conselheiros.

Vale lembrar que o Conselho de Beneméritos, que Eurico preside, já votou recomendando a aprovação do empréstimo com a condição de que Campello preste contas ao Conselho Fiscal.

Falta de clareza deixa opositores ressabiados

A falta de detalhes nos números orçamentários é um dos argumentos apresentados por grupos de oposição que tendem a votar contra a proposta.

A pedido dos próprios opositores, o Vasco convocou uma reunião prévia com o intuito de detalhar as questões financeiras que evidenciam a necessidade de empréstimo. Como se pode ver nas imagens abaixo do encontro, slides foram mostrados com valores referentes ao fluxo de caixa:

Grupos como o “Sempre Vasco”, porém, acreditam que os números revelados foram muito superficiais, dando como alguns dos exemplos questionáveis itens como “gastos gerais”, “acordos” e “imagens”, que não foram especificados para quê ou quem as verbas foram direcionadas.

Já o “Casaca” quer explicações detalhadas de cerca de R$ 150 milhões que, supostamente, entraram nos cofres do clube; a contrapartida da TV Globo para dar o aval ao empréstimo; além de uma reapresentação do balanço financeiro e uma solução para nomes indicados a beneméritos e que estão em situação sub  judice.

A explicação financeira sobre a venda do jovem atacante Paulinho para o Bayer Leverkusen (ALE) também não foi suficiente para os opositores. No dia da reunião, este slide foi apresentado:

Risco do clube sair do Profut?

Outra preocupação dos grupos de oposição é com o Profut, o programa criado pelo Governo para o refinanciamento das dívidas dos clubes. Na avaliação dos conselheiros contrários à proposta, há um risco do Vasco ser excluído em função da forma como o Cruzmaltino pretende pagar o empréstimo.

Segundo os presentes na reunião, o pagamento dos R$ 38 milhões seriam feitos da seguinte forma: R$ 8 milhões ainda na gestão Campello e os outros R$ 30 milhões divididos em parcelas de R$ 10 milhões nos anos de 2021, 2022 e 2023. Ou seja, no triênio subsequente à atual administração.

Os oposicionistas alegam que essa estratégia fere o artigo 4º em seu parágrafo IV do Profut que diz que há uma “proibição de antecipação ou comprometimento de receitas referentes a períodos posteriores ao término da gestão ou do mandato”.

Os conselheiros que estão a favor do empréstimo, porém, rebatem a teoria com o item B do mesmo parágrafo, que faz a ressalva de que há tal permissão em caso de “substituição a passivos onerosos, desde que implique redução do nível de endividamento”.

Clube corre risco de asfixia financeira

Os defensores do empréstimo alegam que o clube pode viver uma verdadeira asfixia financeira caso este empréstimo não seja aprovado, já que o Vasco está seriamente comprometido pelo menos até o meio de 2019. Em caso de um possível rebaixamento no Campeonato Brasileiro, a situação se tornaria ainda mais catastrófica uma vez que a cota de TV ao time que cair para a Série B será de apenas R$ 6 milhões, algo que deixaria o Cruzmaltino praticamente inviabilizado.

Uol

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