Diretor faz raio-x do feminino do Vasco em entrevista ao Vasco Notícias
O diretor do futebol feminino do Vasco, Raphael Milenas, contou tudo o que cerca o funcionamento da modalidade no Clube.
Ei, você, já deu moral para o futebol feminino do Vascão? É de conhecimento geral que o Cruzmaltino, embora não viva os seus melhores dias, tem uma forte tradição quando o assunto é futebol masculino, mas ainda pouco se sabe quando o assunto são as mulheres.
Por mais que alguns não saibam, o Vasco tem uma representatividade de grande importância na modalidade. Foi onde a Rainha Marta surgiu e deu os seus primeiros passos no futebol. Hoje? Ela já ganhou 6 vezes o prêmio de Melhor do Mundo e é vista como a maior jogadora da história. Não é pouca coisa.
Justamente pensando em quem conhece pouco e tem interesse em saber mais sobre o tema, que o repórter Willams Meneses, do site Vasco Notícias, procurou o diretor do futebol feminino do Vasco, Raphael Milenas, para saber de forma detalhada como funciona a modalidade em São Januário. Solícito, ele nos contou tudo, conforme pode ser visto a seguir.
Está exercendo a função de diretor do futebol feminino do Vasco há quanto tempo? Como você encontrou o departamento quando chegou e como vê atualmente?
– Cheguei em junho de 2019. Encontrei um departamento com excelentes funcionários, mas faltava uma pessoa para brigar pela modalidade com uma certa influência política.
A equipe masculina vinha treinando no CT do Almirante, espaço alugado pelo Clube. Onde são realizados os treinos da equipe feminina? É uma estrutura que permite uma boa realização dos trabalhos?
– As meninas treinam no CT de Caxias e tem todas as condições para realizarem um treino de excelência com uma Comissão Técnica de qualidade de excelência.
Existe alguma pretensão do Vasco no intuito de levar os treinos da equipe feminina para o novo CT do Vasco?
– Quando o CT ficar pronto certamente as meninas treinarão lá também.
Em relação aos locais de partida, muitos vascaínos questionam o fato de a equipe feminina não mandar as suas partidas em São Januário. Qual o motivo disso? E existe alguma movimentação para que isso seja mudado?
– Acho pouco provável a utilização de São Januário, pois ultimamente apenas o Profissional Masculino tem utilizado. O gramado precisa ser preservado para o carro chefe do Club. Nem o sub-20 tem atuado em São Januário.
Hoje o futebol feminino consegue ser autossustentável no Vasco? Como estão de patrocínios?
– Hoje temos 4 patrocinadores, contando com o fornecedor de material, e um exclusivo do Futebol Feminino, a empresa Cidadania Já, então podemos sim dizer que somos autossustentável.
Qual o caminho para conseguir mais investimento para a categoria? Já existe algo nesse sentido?
– Acredito que temos que ter mais apoio da mídia. Como transmissão de jogos ao vivo em TV aberta. Isso atrairia investidores.
Qual o tamanho da dificuldade que encontram na montagem e manutenção do elenco feminino? É possível montar boas equipes com poucos recursos e qual é o papel da base nisso?
– A base é fundamental. Tanto que estamos apostando em formação de atletas e cidadãos. As meninas estudam no Colégio Vasco da Gama e tem a possibilidade de se formarem lá. Temos uma equipe jovem e de muita qualidade.
Atualmente, o Vasco se encontra na Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino, o que falta para a equipe chegar à elite e ficar em lugar de destaque no cenário nacional?
– Toda competição que o Vasco da Gama participa, entra para ganhar. Acredito que brigaremos de igual para igual e confio plenamente no elenco atual para chegar a elite.
Poderia contar mais sobre como é o trabalho nas categorias de base do futebol feminino?
– Temos lá o sub-14, sub-16 e Sub-18. Infelizmente não tivemos a disputa do Carioca Sub-14 e Sub-16 em virtude da Pandemia. Quanto ao Sub-18, o Vasco é o atual Campeão Carioca e tivemos a melhor participação de uma equipe Carioca na Competição Nacional. Então nossa base vai muito bem.
É notável que, com o passar dos anos, o futebol feminino vem ganhando maior notabilidade no cenário nacional, mas ainda longe em comparação ao masculino. Para você, o que falta para a modalidade emplacar de vez?
– Falta mais apoio da mídia. Precisamos televisionar jogos nos finas de semana e de preferência no horário que pegou no Brasil, que é o de 11 horas da manhã. Jogos transmitidos sábado e domingo nesse horário teriam grande visibilidade e divulgação.
A torcida do Vasco é apaixonada por tudo o que cerca o Clube, com destaque para o futebol. O que fazer para aproximar esses torcedores e torná-los espectadores fieis também da equipe feminina?
– A torcida comparece em nossos jogos. Mas acho que tanto a CBF e as Federações poderiam fazer alguns jogos femininos em Preliminar do Masculino.
Ao longo da sua história, o Vasco já teve grandes jogadoras como Pretinha e Marta. Você não acha que isso poderia ser melhor explorado pelo Clube, como, por exemplo em ações para promover a modalidade?
– Hoje isso já é explorado pelo Club.
Agora que você conheceu como funciona o futebol feminino do Vasco, chegou o momento de apoiar as mulheres vascaínas. Será muito importante a valorização por parte do torcedor para que a modalidade, que está crescendo em todo o mundo, seja cada vez mais forte e consiga sonhar alto no cenário nacional e, quem sabe, no internacional em breve.
Obs. Texto produzido pela equipe Vasco Notícias. Reprodução não permitida.
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