Desfalques contra o Sport evidenciam limitação do Vasco

Vasco da Gama esbarrou na falta de material humano no empate sem gols diante do Sport, em duelo da 16ª rodada da Série B. 

Maurício Souza durante jogo contra o Sport
Maurício Souza durante jogo contra o Sport (Foto: Daniel Ramalho/CRVG)

O Vasco na medida do possível fez um bom jogo na tarde deste domingo, no Maracanã. Seguro defensivamente, como acostumou-se a ser na temporada, a equipe também mostrou repertório ofensivo (principalmente no primeiro tempo), acertou bola na trave e deu trabalho ao Sport. Mas nada disso foi o suficiente para tirar o zero do placar.

Difícil apontar o dedo para alguém que tenha jogado muito mal. Houve casos como o de Palacios, de quem se espera muito e, por isso, é justo dizer que ficou devendo; ou de Raniel, que teve dificuldade em dar sequência a algumas jogadas, por exemplo. Mas não residem aí as justificativas para o empate que frustrou mais de 60 mil torcedores.

A partida serviu para escancarar os próprios limites do Vasco, um time esforçado, competitivo, com um sistema de jogo bem definido, mas que vez ou outra corre o risco de tropeçar nas próprias pernas como foi neste domingo. Ainda mais sem Nenê, referência técnica da equipe, que ficou fora por causa de dores na panturrilha.

De uma sequência de quatro vitórias consecutivas, o time de Maurício Souza agora vem de um jogo onde sofreu sua primeira derrota na competição e outro em que, num estádio cheio, desperdiçou a chance de aumentar a vantagem na parte de cima da tabela. A sorte é que a campanha dos adversários é parecida – com exceção do líder Cruzeiro, é claro.

Mesmo sem vencer há dois jogos, a distância para o quinto colocado ainda é de oito pontos. É preciso chacoalhar a poeira, tentar reagir já na próxima partida contra o Criciúma e acertar nas contratações na janela que abre este mês para não perder o rumo do acesso.

Pressão e decisões erradas

O Vasco muito provavelmente teve contra o Sport seu melhor início de jogo de toda a temporada.

Com uma marcação agressiva, que não deixava o time pernambucano sequer cruzar a linha que divide o campo, o time cruz-maltino se compactou em campo e sufocou o adversário. Foram vários os momentos em que o Vasco parecia ter superioridade numérica. Cercava o adversário, roubava a bola e ia para o ataque. Cercava, roubava e ia para o ataque.

Dessa forma, o time chegou com perigo três vezes em seis minutos. No primeiro lance, uma grande jogada de Andrey na roubada de bola, Gabriel Pec recebeu dentro da área, mas se atrapalhou na hora de firmar o pé direito de apoio e chutou completamente torto. A conclusão das jogadas e as escolhas erradas foram o maior pecado do Vasco no jogo.

O próprio Pec é o maior exemplo disso. Ele e Andrey foram os jogadores do Vasco que mais finalizaram na partida: quatro para cada. O atacante fez boa partida (driblou na ponta, arrancou do meio de campo…), mas passa a impressão de que costuma tomar a decisão errada no momento de concluir. Um estigma que cai sobre ele não é de hoje.

Com um interessante repertório ofensivo e triangulações que envolveram a defesa do Sport, o Vasco bateu ponto no campo de ataque explorou bastante os corredores. Léo Matos, Edimar, Pec, Palacios e companhia chegaram por ali com liberdade para cruzar, mas a bola não foi redonda para a área – Nenê fez falta nesse sentido. Em um dos poucos momentos que o chuveirinho funcionou, Danilo Boza carimbou a trave em cabeçada após o escanteio.

Faltam peças

O Vasco voltou do intervalo com um ritmo mais dosado, até porque é muito difícil manter o mesmo empenho na marcação durante 90 minutos. O time chegou numa cabeçada de Léo Matos (que teve boa atuação) aos três minutos. E, depois, só aos 22, num chute de Figueiredo do meio da rua que quase pega o goleiro Maílson de calças curtas.

Maurício Souza colocou Juninho no lugar do incansável Yuri Lara logo em seguida. E, dentro do que era possível, o técnico parece ter feito o que estava ao alcance: colocou Bruno Nazário, Getúlio e ainda precisou queimar uma substituição quando Boza se machucou. É verdade que tinha Erick no banco, mas na coletiva ele explicou que preferiu pôr Riquelme em campo apostando nos espaços que poderiam aparecer na esquerda. Justo, embora não tenha funcionado na prática.

Além de Erick e do goleiro Halls, ficaram no banco Luiz Henrique, MT, Zé Gabriel, Matheus Barbosa e Weverton. Palacios, o jogador que costuma incendiar o segundo tempo, começou jogando por causa da ausência de Nenê e àquela altura já demonstrava sinais de cansaço – o chileno foi o jogador do Vasco com mais passes errados (14) na partida.

Sem conseguir manter o mesmo nível, o time naturalmente deu mais espaços para o Sport, que experimentou um monte de chutes de fora da área defendidos sem problema por Thiago Rodrigues. O Vasco da metade do segundo tempo até o fim foi mais vontade do que qualidade e organização. Nem sempre a bola entra dessa forma.

Contra o Criciúma no próximo sábado, o Vasco pode ter as voltas de Gabriel Dias e Nenê, mas, por outro lado, perdeu Edimar e Gabriel Pec pelo terceiro cartão amarelo. Chegou o momento da temporada em que ter um bom elenco pode fazer a diferença.

Fonte: Globo Esporte

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