Confira texto do jornalista Tanguy Baghdadi em homenagem ao Vasco

O Jornalista Tanguy Baghdadi leu um texto em homenagem ao aniversário do Vasco da Gama na sessão solene do Conselho Deliberativo.

Jornalista Tanguy Baghdadi
Jornalista Tanguy Baghdadi (Foto: Daniel Ramalho)

VASCO 124 ANOS

Boa noite, senhoras e senhores vascaínos

Boa noite aos presentes neste Conselho deliberativo, boa noite a todos que nos assistem na Vasco TV.

Hoje é um dia de celebração. Não uma celebração protocolar, com a mera passagem de mais um ano, de mais uma data.

Mas a celebração do aniversário do Vasco da Gama, o clube que foi criado para mudar tudo. Para mudar o mundo, para mudar o futebol e para mudar nossa sociedade. Mas, acima de tudo, para mudar-nos todos.

O nome Vasco da Gama diz muito sobre o clube assim batizado. Vasco da Gama era português, nascido em Sines, no Alentejo, em 1469 e mudou, ele mesmo, o mundo. Com menos de 30 anos, chegou a Índia, levando suas bandeiras e sua fé para o outro lado do mundo.

400 anos depois, a comunidade portuguesa do Rio de Janeiro encontrou no heróico português uma inspiração para batizar o clube que também teria o papel de mudar o mundo, carregando consigo suas bandeiras e sua fé.

Com uma diferença: o Club de Regatas Vasco da Gama, fundado em 21 de agosto de 1898, tornou-se, ele mesmo, a fé. A fé de milhões de vascaínos. A fé de uma torcida que tem mais pessoas que a própria população de Portugal.

Não é pouca coisa.

O feitos do Club de Regatas Vasco da Gama fazem justiça ao navegador português. O clube fez frente aos seus rivais das áreas mais privilegiadas da cidade nos tempos do remo.

(Competir com um clube chamado Vasco da Gama nas águas da Guanabara não devia ser moleza mesmo)

E quando chegou o tempo do futebol, o Vasco se tornou assustador. O time dos Camisas Negras foi um dos times mais fantásticos já testemunhados no Rio de Janeiro e fora dele.

E não falo apenas de campo e bola – no qual era imbatível.

Mas pelo seu pioneirismo social, com a inclusão de negros, trabalhadores, analfabetos e pobres em um esporte até então elitista e excludente.

A história do Vasco e do futebol brasileiro nunca mais seria a mesma desde que o clube assinou o maior troféu de sua história, a Resposta Histórica, em 7 de abril de 1924.

Décadas antes de o Brasil se debruçar sobre um dos debates mais importantes de sua história, que é a exclusão massacrante de negros e pobres de sua sociedade, o Vasco já era uma referência na concretização de mudanças reais.

Apenas três anos depois da Resposta Histórica, em 1927, o Vasco da Gama inovaria mais uma vez ao construir o maior estádio das Américas, em mais um símbolo de resistência, resiliência e grandeza. A casa de todos nós, o Estádio Vasco da Gama. São Januário.

O nome de um clube gigantesco, heróico e vitorioso, dado em homenagem a um dos mais importantes navegadores portugueses, não podia ser mais acertado. O clube que enfrenta o desconhecido, desbrava mares nunca antes navegados. E VENCE. Esse é o Vasco da Gama.

E, como se essa grandeza fosse pouco, o Vasco da Gama ainda tem uma outra dimensão.

É o nosso maior amigo. Nosso primeiro amor. O clube por quem nos apaixonamos e com quem brigamos. O clube pelo qual sofremos e pelo qual vibramos.

Todos os dias.

Meu amigo Vitor Roma se refere a ele como “o grande amor das nossas vidas”. Todos nós sabemos que ele é parte de nossas felicidades diárias. Tentem imaginar uma semana em que tudo dá certo na sua vida; mas o Vasco perde. Fica sempre um amargo. Em semana de vitória, até as mais graves crises em nossas vidas são atenuadas.

É o Vasco que está nas nossas memórias emocionais mais profundas. Todos nós aqui temos um gol que nos emociona, que nos leva às lágrimas, que nos enche de alegria só de lembrar.

São memórias coletivas, capazes que nos unir a todos, em qualquer situação. Mesmo que não sejam gols de título ou decisivos.

Todos temos alguma história para contar envolvendo o Vasco. E que gostamos de contar inúmeras vezes.

Esse é o Vasco. O clube que consegue ser um colosso do futebol. Grandioso, gigante, vibrante. O clube de Russinho, Ipojucã Ademir, Barbosa, Orlando, Vavá Bellini, Fausto, Roberto, Geovani, Edmundo, Romário, Juninho, Felipe, Pedrinho e mais uma lista incontável de monstros sagrados do futebol.

E, ao mesmo tempo, estar presente em nossas vidas. Todos os dias, o tempo todo.

A fé é para onde nos voltamos em momentos de esperança e desilusão; de alegrias e de tristezas; de desejo e de rancor. E pra se firmar como a fé de milhões, há de se ter muita força; muito poder; muita luz. Esse é o Vasco da Gama que une todos os que professam da sua fé, por mais um ano.

O momento atual é de mudança. E que bom: o Vasco sempre esteve à frente delas. É isso que faz do Vasco o gigante que nós conhecemos. E também o clube que nos acompanha todos os dias. O nosso melhor amigo; nosso primeiro amor.

Ao Vasco, o mundo.

Fonte: Site Oficial do Vasco

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1 comentário
  • Responder

    Nunca deveríamos esquecer dos estrangeiros que vestiram e brilharam com a mais Gloriosa camisa de um clube de futebol ,com Rafaneli, Parode,Andrada e tantos outros e , outros que ao vestirem este original Mando Sagrado nos deu tantas alegrias e emoções como Maneca ,Friaça ,Pinga ,Vavá , o príncipe Danilo que virou até modelo de corte de cabelo ,Jorginho Carvoeiro autor do gol de nosso primeiro titulo Nacional e muitos outros consagrados no futebol brasileiro .

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