Confira as histórias de bastidores de Edmundo

Adão e Niltinho conviveram com Edmundo por anos relembram momentos da sua carreira no Vasco.

O jogo de despedida de Edmundo tem um gostinho especial para alguns profissionais do Vasco. Principalmente para aqueles que conviveram com o Animal por muitos anos. E agora, pouco mais de três anos após a aposentadoria do craque, eles têm a chance de matar as saudades. Adão e Niltinho trabalham no Gigante da Colina há 29 anos como roupeiros e têm um cartel cheio de histórias para contar.

‘Boca de Vala’, como é chamado por Edmundo, Adão já até chegou a fazer uma aposta de quem tinha o pior bafo e o ex-atacante perdeu por unanimidade. Ainda na base, o roupeiro resolveu pregar uma peça no amigo: escondeu um casaco do clube e colocou a culpa nele.

– Tinha ‘sumido’ um agasalho, eu combinei com o treinador de fazer uma pressão nele que ele ia falar. Ele era jovem, ficamos em cima e fizemos uma pressãozinha psicológica e ele entregou quem foi que pegou. Deu uma de X9 – revela em entrevista ao ‘Tá na Área’.

Após conviver com o jogador por anos, o roupeiro garante que a segunda despedida será mais difícil. A primeira foi quando o jogador aposentou as chuteiras, em dezembro de 2008.

– Falei para ele agora no vestiário: ‘Não vai chorar no jogo amanhã, né?’ Ele disse: ‘Eu vou parar de fazer o que eu mais gosto. Vou chorar. Não vai ter jeito.’ Então vamos chorar todos, eu falei. Se ele começar, todo mundo vai chorar.

Niltinho também tem uma longa história com o ex-atacante. Ainda no juvenil, o profissional relembra de um clássico importante para a equipe. E bem diferente para Edmundo.

– Em um jogo contra o Flamengo, aqui em São Januário, que era de manhã, o Edmundo chegou todo sujo, com chinelo de dedo, bermuda suja. E o treinador tirou ele do jogo. E ele era titular, homem de confiança do treinador. Nem no banco ficou. Eu não sei até hoje porque ele chegou assim, todo sujo.

Companheiro dentro de campo durante quatro temporadas (96, 97, 99 e 2000), o meia Felipe se diz grato pela ajuda que recebeu de Edmundo no início de sua carreira, mas brinca e confirma a fama de ‘fominha’ que o amigo tinha. A fome de bola continua até hoje, garante o meia.

– Eu o aturei muito dentro de campo. Ele é chato para caramba, toda hora queria a bola. Enquanto não saía o primeiro gol dele na partida, ele ficava agoniado e pedia a bola toda hora. Ele realmente se transforma quando está jogando. Ele já disse que quer a bola no jogo de hoje. Acho que ele vai bater pênalti, corner, falta. E quando for bater o corner também vai correr para cabecear. Hoje, é tudo com ele – brinca o meia.

Funcionária do clube há 30 anos, Xuxa diz que Edmundo foi o jogador que ela teve mais contato em toda sua trajetória no clube. A relação, inclusive, chegou a criar ciúmes nos outros atletas do Vasco. A profissional, que cuida da limpeza do gabinete da presidência, compôs uma música em homenagem ao ex-atacante: ‘Edmundo, tu mora no nosso coração / Edmundo, tu é o melhor deste mundo/ E por você nosso coração bate fundo/ Agora só falta você continuar, sendo assim como você está/ Porque competência você tem, para ser o melhor/ ô ô ô, Edmundo’.

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