Celso Roth relembra passagem pelo Vasco e destaca dificuldade
O treinador Celso Roth relembrou sua passagem pelo Vasco da Gama e afirmou que Eurico Miranda o convocou para o cargo.
Desempregado desde o fim de 2016, Celso Roth acredita que o rótulo de retranqueiro dificulta sua recolocação no futebol. Convidado do Bom Dia Fox de hoje, o treinador não escondeu o desconforto com a fama e criticou a “memória curta” dos brasileiros.
“O futebol brasileiro e mundial tem memória curta, mais aqui no Brasil. Por ter um rótulo de retranqueiro, e ser uma pessoa direta, franca e honesta, isto não está em moda ultimamente, dificulta um pouco mais as coisas. Daqui a pouco, eu volto, recebo alguns convites”, disse o treinador, que admitiu incômodo pelo rótulo:
Se eu disser que não incomoda, não é verdade. Incomoda sim, porque nós temos tantos outros profissionais que fazem coisas tão mais absurdas do que botar três volantes. (…) Hoje, se usa três volantes no mesmo time, três zagueiros com três volantes. Hoje, se usam coisas que, se o time estiver equilibrado, não tem nenhum problema. Qual foi a grande mudança do futebol nos últimos anos? Taticamente falando, foram volantes que sabem jogar, que tem uma saída de bola muito boa.
Sobre suas passagens por Vasco (2015) e Inter (2016), Roth destacou as circunstâncias difíceis que encontrou. Anos depois, o comandante diz não ter arrependimentos, mas alerta quanto aos desafios de assumir times no meio da temporada.
“Depois das minhas duas últimas participações em times brasileiros, Vasco e Internacional, eu tenho que repensar bem. Eu sempre entrei nos clubes numa situação muito complicada, meio de temporada, sem escolher os jogadores, com o trabalho já em andamento, e tendo que fazer a coisa dar resultado”, disse Celso.
“Não me arrependo, só que as duas circunstâncias foram muito parecidas, e ninguém leva isso em conta. No Vasco, o Eurico (então presidente) não me contratou, me convocou. Ele sabia que o problema era grave, então me convocou para que a gente pudesse colocar a coisa no lugar, e não conseguimos. No Internacional, basicamente a mesma coisa. Não me arrependo, mas faz com que a gente repense a carreira”, completou.
Volta do futebol
Em relação à volta do futebol brasileiro, especialmente do Campeonato Carioca, Roth acredita que não é momento da bola rolar:
“Nós não chegamos na descendência da curva. A curva só está subindo, infelizmente. O nosso país está numa situação complicada politicamente, não temos um norte. Os governos federal, estadual e municipal não se entendem. É uma coisa muito difícil e complicada para nós. Então, em parece que voltar o futebol é um contrassenso, mesmo que tenhamos nos clubes de primeira linha, Série A e B, departamentos médicos fantásticos. Olha o contrassenso que foi o Flamengo jogar no Maracanã com o hospital ao lado. É muito difícil entender isso. Não sabemos nada dessa doença. Eu gostaria que voltasse imediatamente, mas é um contrassenso”, opinou.
Uol