Atacante Fábio Júnior, ex-Vasco, voltará a jogar após mais de 7 anos parado

Fábio Júnior, ex-Vasco da Gama, abandonou o futebol após trauma no Egito e voltará a jogar após mais de 7 anos parado.

Fábio Júnior. Atacante. De cara, é bem possível que lembremos daquele jogador que fez sucesso por Atlético-MG e Cruzeiro. Mas há um homônimo do ex-atleta e que também passou por grandes clubes, como Flamengo, Vasco, Internacional e até pelo Real Madrid B. E é dele que estamos falando. Aos 37 anos, e depois de mais de sete longe dos gramados, após trauma no Egito, em 2012, o sergipano Fábio Júnior decidiu abandonar a sua vida pacata em Nossa Senhora Glória, no interior de Sergipe. Ele na próxima temporada vai disputar o Campeonato Paraibano vestindo a camisa do Campinense.

Fábio Júnior apareceu para o futebol no próprio Campinense em 2004. Em 2009 chegou a disputar, inclusive, a Série B do Brasileiro pelo próprio time de Campina Grande depois de rodar por alguns clubes.

– Precisava dar um tempo com a família. Estava viajando demais. Depois do acontecimento no Egito, fiquei traumatizado. Mas sempre tive o intuito de voltar para o Campinense. Sempre me acolheu. Saí do Campinense para vários clubes. É um time que admiro muito. Estou optando voltar e – quem sabe? – encerrar depois – comentou Fábio Júnior.

O momento da carreira que o jogador preferia não ter vivido aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2012. Atuando pelo Al Ahly, o atacante viu uma invasão de torcedores no gramado, após a derrota por 3 a 1 para o Al Masry, no Campeonato Egípcio. No confronto, 74 pessoas foram mortas e cerca de 250 ficaram feridas.

A confusão teve relação com a queda do ex-presidente do país, Hosni Mubarak, que havia deixado o cargo no ano anterior. O jogador conseguiu correr para o vestiário, onde ficou trancado por aproximadamente seis horas e só saiu depois da chegada do exército.

– Me recordo de coisas até hoje. Até sonho com aquela tragédia. Imagens muito marcantes. Violência, revolução, isso aí foi muito marcante para mim. Quando estou deitado, me recordo daquilo tudo. Era um cenário de guerra – relembrou.

Antes de passar por esse trauma, ele teve alegrias e outra decepção no futebol. Após se profissionalizar no Americano-MA, Fábio Júnior chegou a ter uma passagem pelo Real Madrid B, em 2003. Mas acredita não ter sido aproveitado por causa do empresário, “que cresceu o olho”.

– Me destaquei em um time da segunda divisão da Espanha, o Lorca, e fui sem compromisso nenhum para o Real Madrid B. Apenas para treinar. Meu empresário queria cobrar muito caro para eu ficar, e o clube não aceitou. Ele pediu dinheiro demais e não era bem assim. Esses caras de time grande são cismados. Foi uma honra ter treinado lá. Naquele tempo, o time principal tinha nomes como Roberto Carlos e Fernando Hierro – disse.

Depois do Real Madrid B, ele passou por clubes como Internacional, Ceará e Sport. Até viver um dos grandes momentos da sua carreira, desta vez no Rio de Janeiro, vestindo as camisas de dois grandes times do Brasil: o Flamengo, em 2005 (esteve relacionado para cinco jogos do Brasileirão), e o Vasco, no ano seguinte (fez 12 jogos e balançou as redes duas vezes).

– Foi uma experiência muito grande. Principalmente no Flamengo, por ser flamenguista. Foi um sonho. O Vasco também foi uma experiência muito grande para o meu currículo. Tenho momentos bons no Flamengo, pois entrava bem em campo. No Vasco entrei contra a Ponte Preta (na 21ª rodada do Brasileirão) e marquei um gol. No Flamengo não fiz nenhum gol, mas fiz amigos: Léo Moura, André Santos e Júnior Baiano. Getúlio Vargas também estava lá, Marcelo Lomba, essa galera toda – comentou.

Em 2020, o sergipano espera dar a volta por cima. Retorna ao futebol pelo Campinense, onde já teve duas passagens: 2004/2005 e 2008/2009. No último ano no clube paraibano, disputou a Série B do Brasileiro, mas a equipe da cidade do Maior São João do Mundo acabou rebaixada.

– A torcida pode esperar o Fábio Júnior do início, quando me destaquei. Tenho um carinho pela torcida e diretores. Espero chegar e iniciar um trabalho bom, estar em condições boas e dar alegrias, conseguindo o acesso. Quem joga futebol sempre sonha com os objetivos, como acesso e títulos. Essa torcida me abraçou, e estou voltando para trabalhar e ser aquele Fábio Júnior de antes.

O Campinense, além do Campeonato Paraibano – do qual foi vice-campeão em 2019 -, vai disputar a Série D do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

Globo Esporte

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