Antônio Lopes relembra as dificuldades e a conquista da Libertadores de 98

O ex-treinador Antônio Lopes relembrou algumas histórias da conquista da Copa Libertadores de 1998 pelo Vasco da Gama.

O Site Oficial inicia nesta segunda-feira (20/8) um especial de aniversário dos 20 anos da conquista da Copa Libertadores. Na primeira matéria da série (que vai até o dia 26/8) vamos relembrar alguns jogos daquela campanha sob a ótica do comandante do time, Antônio Lopes. O “Delegado” chegou ao Vasco em 1996 para sua quarta passagem como treinador e iniciou a montagem daquela que foi a equipe mais vitoriosa da história do clube. Neste papo, Lopes contou algumas histórias daquela época.

– Aquele elenco começou a ser montado quando cheguei, no final de 96. O time da época era muito fraco. Iniciamos uma reformulação e dispensamos vários jogadores daquele grupo. Em 97, pegamos jogadores de times pequenos, como o Odvan, do Americano e o Nasa, do Madureira. Mesmo sem dinheiro, buscamos jogadores experientes que estavam em baixa nos seus clubes, como o Evair e o Mauro Galvão. Alguns nomes da base, como Felipe, Pedrinho e Maricá se destacaram e o time começou a responder bem. Em 97 ganhamos o Brasileirão e em 98 a base já estava pronta. O Edmundo foi vendido e o Evair era dono do passe, preferiu sair. Buscamos o Donizete e o Luizão e eles deram conta do recado. Inclusive, marcaram os gols decisivos nas finais, foram protagonistas. Era um timaço – explica Lopes.

Com estilo disciplinador e durão, Lopes sabia da qualidade daquele time e do potencial que o grupo possuía. Um dos problemas que teve que enfrentar foi a resistência de seu camisa 7, Donizete. Contratado com a responsabilidade de substituir Edmundo, um dos melhores jogadores do mundo em 97, o Pantera sofria com as ordens do comandante para voltar e ajudar na marcação.

– Tive dificuldades com o Lopes no início. Ele me cobrava muito para voltar e marcar. Os primeiros jogos na Libertadores foram ruins. Dei uma entrevista, ele ficou chateado e decidiu que não me queria mais. O pessoal segurou. Enfrentamos o Grêmio em São Januário, fiz um dos gols, arrebentei naquele jogo e no final deu tudo certo – relembra Donizete.

A campanha não foi nada fácil. Pelo caminho, o Vasco encarou só grandes equipe. Na fase de grupos, foram Grêmio, Chivas e América (MEX). O time oscilou, mas embalou e conseguiu a classificação. Nas fases eliminatórias, vieram os três últimos campeões da competição: Cruzeiro (campeão de 97), Grêmio (campeão em 95) e River Plate (campeão em 96). Lopes ressalta que o time cresceu jogo a jogo naquela Libertadores.

– A Libertadores é um campeonato muito difícil, você só enfrenta clubes campeões. É muito complicado. Nós fomos crescendo jogo por jogo, a primeira fase foi bem dura. Perdemos os dois primeiros jogos, mas recuperamos e conseguimos passar adiante. Só veio pedreira, Cruzeiro, Grêmio, River Plate, equipes copeiras, que eram os três últimos campeões da competição e isso fortaleceu o nosso time, que fez grandes jogos e com muita seriedade, passou etapa por etapa – disse Lopes.

A ETERNA CAMISA VERDE DE LINHO

Companheira de Antônio Lopes até hoje, Dona Elza, esposa do treinador, também teve papel importante naquela conquista. Figurinha carimbada no dia a dia em 98, ela reunia as esposas dos jogadores e sempre que podia, reunia os jogadores para unir ainda mais o elenco. Principalmente na reta final. Além disso, Dona Elza tinha outra função fundamental: deixar a camisa verde de linho da sorte de Lopes sempre preparada.

– Ela sempre teve um relacionamento muito bom com a família dos jogadores. Se envolvia sempre. Eu aprovava e isso dava resultado. Ela sabia de algumas coisas antes de mim e até me ajudava a resolver alguns problemas. Quanto à camisa, ela dava um carinho especial. Eu usava sempre nos jogos e ela já lavava pra eu usar de novo no próximo. Eu sempre fui muito supersticioso, então acreditava na camisa. Ela deu muita sorte para o Vasco – finaliza Lopes.

Site Oficial do Vasco

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