Vasco e Botafogo vivem momentos opostos dentro e fora de campo
Adversários deste hoje, Vasco da Gama e Botafogo vivem momentos opostos dentro de fora de campo neste início de temporada.
Botafogo e Vasco se encaram pela primeira vez em 2020 hoje (2), no Nilton Santos, às 16h, pelo Campeonato Carioca. Se ambos os clubes têm em comum o momento financeiro complicado, as equipes começaram a temporada de formas opostas dentro e fora das quatro linhas. Enquanto o Glorioso luta pela classificação, o Cruz-Maltino amarga um início de estadual muito abaixo do ideal.
Em campo, o time de Alberto Valentim vem de vitória sobre o Resende e tem chances de chegar à semifinal da Taça Guanabara. Por outro lado, os comandados de Abel Braga perderam para a Cabofriense nessa sexta-feira, e o próprio treinador admitiu considera uma classificação como “praticamente impossível”.
Fora das quatro linhas, o panorama em General Severiano também se mostra bem diferente do que encontrado em São Januário. O Alvinegro começou o ano esperançoso em relação ao andamento do projeto para colocar o departamento de futebol sob a operação de S/A, uma espécie de clube-empresa. Até aqui, as etapas vêm sendo vencidas e têm o apoio da torcida. A iniciativa visa justamente dar “um respiro” aos cofres do clube.
Tal questão, inclusive, levou uma união aos bastidores. Em prol do plano da S/A, diferentes correntes políticas do Botafogo passaram a andar em comunhão, deixando de lado antigas rusgas.
Em relação ao futebol, a diretoria foi ao mercado e fechou com 11 jogadores, acertando com novos nomes para todos os setores. Por outro lado, vários atletas deixaram o elenco com o objetivo de enxugar a folha salarial, como foi o caso de Diego Souza. A meta, segundo Carlos Augusto Montenegro, que lidera a diretoria de transição, era gastar R$ 1 milhão mensal. A meta não chegou a ser atingida, mas houve uma importante redução em relação a 2019.
Houve ainda a contratação do meia japonês Honda, que é visto como jogador de peso, com experiência internacional e que, por ser do Japão, de alguma forma, pode trazer benefícios à marca. Não à toa, a torcida está empolgada.
Por fim, o Botafogo conseguiu uma vitória na Justiça que o deixará em condições de quitar as dívidas com os jogadores em relação a 2019 – novembro, dezembro, 13º e férias. Além disso, o mês de janeiro, que vence na semana que vem, será pago. A verba em questão é a premiação da Globo, que estava penhorada. Com a liberação, elenco e funcionários ficarão em dia.
O Vasco, por outro lado, até o momento anunciou apenas um reforço: o atacante argentino Germán Cano. O clube vem encontrando dificuldades na busca de jogadores para o elenco. Houve contato pelo volante Jucilei e conversas pelo zagueiro Dedé, mas sem avanço até o momento.
Além disso, o Cruz-Maltino começou 2020 com quatro meses de salários atrasados e em busca de soluções para quitar as diversas dívidas. Enquanto isso, a diretoria está esvaziada, e Campello se encontra cada vez mais isolado – recentemente Adriano Mendes, vice-presidente de Controladoria, João Marcos Amorim, vice de Finanças, e Horácio Junior, assessor da presidência, renunciaram aos respectivos cargos.
Neste cenário, há ainda um outro ponto: o Vasco tem um gasto entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão com jogadores que não vão ser utilizados ou têm lesões crônicas. O problema está na mesa do dirigente máximo do clube desde o semestre passado, mas só agora há movimento para tentar resolve-lo e aliviar a folha salarial.
Nos corredores de São Januário, as diferenças entre os grupos políticos começam a ficar mais gritantes, uma vez que se trata de ano de eleição presidencial.
A torcida, por sua vez, também vem demonstrando insatisfação com o mandatário e, a cada partida, os protestos aumentam nas arquibancadas – foi assim, principalmente, nos dois jogos na Colina até aqui, contra Bangu e Cabofriense.
Na última quarta-feira, uma reunião do Conselho Deliberativo, ocasião em que foi aprovada eleição presidencial direta, terminou em confusão, e outras pautas previstas para o encontro tiveram de ser adiadas.
Uol